Quem teve a oportunidade de fazer uma faculdade, ou curso técnico certamente já se pegou pensando: Será que é isso que eu quero para minha vida?
Há quem busque uma profissão realmente por prazer, mas quando caem no mercado de trabalho, não conseguem se satisfazer e sentem aquele trabalho como uma empulhação.
Vivemos hoje uma epidemia de desgastes físico e mental.
Tornou-se comum o ódio à segunda-feira e o amor em gritar a plenos pulmões: Sextou!
O tão aguardado final de semana parece passar cada vez mais depressa, uma vez que o cansaço acumulado não se dissipa.
Vejo muitos amigos, hoje mais próximos dos 40 do que dos 30 falando em transição de carreira.
“Quero mudar de área” Bradam uns;
“Gostaria de abrir uma pousada na praia” dizem outros.
Para mim (que não sou o dono da verdade), tudo isso se trata de um mix das seguintes situações:
Rotinas árduas, muitas vezes pejotizadas;
Cultura do trabalho enraizada por conta de gerações passadas;
Salário com baixo poder de compra não chegando ao fim do mês;
Comparações com outras pessoas (principalmente em redes sociais);
Chegada desordenada de novas tecnologias.
Falando por mim: Adoro ser escritor e nutricionista, embora enfrente dificuldades mês a mês.
Já pensei em vender chá na praia, veja só: nutrição, fitoterapia e (o mito) do empreendedorismo.
Como odeio o calor, desisti rapidamente da ideia.
Assim como muitas pessoas, me pego pensando de maneira constante: gostaria de mudar de área.
Contudo, ao mesmo tempo que me pego pensando sobre para qual área gostaria de migrar não encontro uma resposta certeira para isso (haja terapia).
Mas uma coisa é certa: fazer um curso, não vai definir sua profissão.
Cursos são sim, bons norteadores, mas não definem uma profissão.
Da mesma forma que pessoas mudam, sociedades e países passam por mutações. E com isso, uma profissão que era importante anos atrás, pode não ter tanta importância daqui um tempo.
E mesmo que o que vou dizer agora pareça papo de coach: é importante estarmos dispostos a mudar de rumo em algum momento (por mais difícil que isso seja, infelizmente).
Mas a grande real é que você não precisa obrigatoriamente seguir uma profissão na sua área de formação.
Todo mundo conhece aquela pessoa que estudou e se formou em determinado ramo e nunca atuou.
Eu mesmo, conheço (pasmem) uma pessoa que fez medicina em uma faculdade estadual, se formou, deu o diploma para o pai e foi estudar arquitetura.
Hoje, com a experiência que eu tenho - que não é muita, se tivesse filhos, algo que não desejo, diria a eles: não façam faculdade.
Estudem algo voltado à tecnologia, informação. Aprendam a domar inteligência artificial, algoritmos, ou algo nessa área.
Mas no fim, a lição que eu tenho pra mim, e talvez eu esteja errado (ou não), é o fato de que, devemos sim buscar algo do que gostemos de fazer, insistir nisso, mas apenas até certo ponto.
É importante ter em mente que desistir não é fraqueza e que talvez abrir aquela pousada tranquila ou viver com o básico, num minimalismo moderado não é uma má ideia.
Quando pensar em uma nova carreira ou recomeços profissionais, lembre-se disso.
Murilo, hoje está mais difícil, com o avanço da tecnologia, a escolha. No entanto defendo que, independente de ser reconhecida financeiramente a profissão, é importante que desenvolvamos aquilo que nos traga a certeza de estarmos contribuindo para o bem comum.