Já falei em outras ocasiões, inclusive em um outro texto que ninguém consegue dar conta de tudo.
Antes de escrever esse texto, minha ideia era falar sobre saúde mental. Contudo, mudei de ideia e meu foco aqui vai ser falar sobre a nossa saúde física de maneira geral, principalmente depois de ter enfrentado um evento esportivo simples.
Não é segredo pra quem me acompanha que sou uma pessoa ativa.
Musculação de segunda à sábado, junto com algum tipo de exercício aeróbico assim que o levantamento de peso acaba e aos domingos, sempre tem alguma caminhada ou algo do tipo.
Me alimento bem.
Como nutricionista, tenho um bom equilíbrio alimentar (assim como meus pacientes). Como de tudo, não passo vontade, não tenho alergia, restrições ou compulsões.
A minha “herança genética” não é das melhores.
Por parte paterna, problemas cardíacos. Do lado da mãe, diabetes (inclusive com complicações em parentes).
Logo, cabe a mim, na linguagem da nutrigenômica “carregar a arma (nesse caso, o gene), mas não puxar o gatilho (estilo de vida)”.
Por isso, tiro um tempo diário para o autocuidado.
O boom da longevidade é real, embora apenas uma parcela da população conseguirá envelhecer com qualidade de vida.
Hoje, os 60 anos de idade, são os 40 da época de nossos pais e avós.
Contudo, mesmo com informação à disposição é importante que a gente se lembre, que do ponto de vista físico (nem do mental), não somos super-heróis.
É importante mencionar aqui que, fui um adolescente ativo. Por conta do campeonato escolar interclasses, praticava diversos esportes:
Futebol de salão e de campo; vôlei; basquete; handebol; natação; xadrez; damas; natação; corrida; judô; salto em distância, além de esportes pouco óbvios como bocha e beisebol.
Um detalhe engraçado: fui campeão de beisebol no terceiro colegial e vice-campeão de bocha, no mesmo ano.
Entretanto, foi no auge dos meus 35 anos de idade, que conclui que não sou um super-herói, tampouco eterno.
Mais precisamente há 10 dias, depois de uma partida de futebol com duração de 60 minutos.
É preciso dizer que eu não jogava futebol há 5 anos.
Ao receber o convite, pensei: “tô me alimentando bem, musculação e cárdio em dia, por que não?”
E assim, depois de 5 anos aposentado dos gramados sintéticos, retornei.
Com 30 minutos de jogo, estava literalmente moído.
A partir de então, passei a olhar o cronômetro de maneira assídua, numa literal contagem regressiva para que o jogo chegasse ao fim.
Outro ponto pelo qual prezo muito no esporte é a legalidade, o jogo limpo.
Não bato em ninguém, estou ali para me divertir e dessa forma sempre espero reciprocidade.
Mas em um esporte de contato físico, trombadas são inevitáveis. Durante o jogo, sofri 3 delas.
Com o “sangue quente” nada senti na hora.
Mas após o banho em casa, a panturrilha e a lombar doíam.
Nutricionista especialista em fitoterapia que sou, rebati as dores e desconfortos musculares com uma bela caneca de infusão (chá) de erva baleeira.
No dia seguinte, a lombar não reclamava. As reclamações ficaram por conta dos joelhos.
Na panturrilha, o início do que viria ser aqueles hematomas clássicos que ficam roxo, depois vão esverdeando e amarelando, até que sumam.
Passada uma semana do jogo, o grupo de whatsapp dos peladeiros em polvorosa: “Murilo, você vai jogar?”
Respondo que não.
Encontrei meu limite: um jogo a cada quinze dias.
Consigo jogar do meio para frente durante 30 minutos, e no restante do tempo, ajudo - com algumas falhas - na defesa.
Mesmo com fortalecimento muscular, atividades aeróbicas e sendo profissional da saúde, reconheci que há uma linha que não devo ultrapassar.
Faltando alguns meses para fazer 36 anos, enfim, compreendi que não sou um super-herói.
A você que está lendo esse texto, sugiro que faça o mesmo: se jogue, encontre seus limites e então, respeite-os.
Conscientizar'se é um sábii, mas difícil orientação a ser dada. Quando se chega à casa dos 80 é decepcionante se perceber aquém do que se deseja. Aqueles, como eu , que apreciam adrenalina, perdem a noção do que ainda vale a pena....principalmente viver.