A solidão é um sentimento único, complexo e universal, que em algum momento da vida todos irão experimentar.
Ela pode surgir de diversas situações, como a falta de amizades verdadeiras, a ausência de familiares ou até mesmo ser oriunda de um término de uma relação duradoura.
É comum que a solidão venha em algum nível, acompanhada de dor, contudo, afirmo com base em experiências próprias que enfrentar a solidão é necessário para estar bem consigo mesmo.
Normalmente, estar só causa incômodos por meio de diversas nuances, como tristeza, desesperança, insônia, alterações de apetite e até problemas de saúde mais graves.
Já se sabe, inclusive, que a solidão prolongada é um fator de risco para o surgimento de depressão e outras condições de saúde mental.
Entretanto, é importante compreender que embora dolorosa e incômoda, a solidão é uma oportunidade para entendermos melhor a nossa própria identidade.
Na maioria das vezes quando estamos acompanhados há uma imersão em relações e responsabilidades diárias que basicamente não existe tempo para que a gente se conheça verdadeiramente.
Por isso, não é absurdo dizer que a solidão nos força a olhar para dentro, confrontar nossos medos, reconhecer nossas fragilidades e mais do que isso: nos reconectar com nós mesmos.
Sem distrações externas, há a possibilidade de refletir sobre quem realmente somos, do que realmente gostamos e quais são nossos valores e objetivos.
É algo desconfortável? Pra caralho, mas é importante.
Quando estamos com amigos, familiares e até mesmo cônjuges, é muito comum que façamos coisas ou frequentemos lugares dos quais não gostamos tanto. Trata-se do famoso viver em piloto automático.
É muito comum pessoas que terminam um relacionamento sentirem dificuldades em fazer algo que lhes agrada, pelo simples fato de não saber mais o que gostam de fazer.
Logo, quando a solidão bate à porta é possível descobrir novos hobbies, interesses que antes não havia espaço, tempo, coragem ou liberdade para explorar.
Quando se consegue viver bem consigo mesmo, atinge-se então o estado de solitude.
Diferente da solidão, a solitude é a capacidade de estar em paz consigo mesmo e desfrutar da própria companhia sem se sentir solitário.
Trata-se de um estado de aceitação e tranquilidade, onde há satisfação em se estar sozinho.
A solitude permite uma relação saudável consigo mesmo e ensina meio que indiretamente a se apreciar momentos de silêncio e reflexão, além de valorizar ideias e sentimentos.
Não há dependência da presença ou aprovação de outras pessoas para nos sentirmos bem.
Para não deixar o ponto de vista fisiológico de lado, a solitude é capaz de trazer uma série de benefícios à saúde.
Momentos de introspecção e tranquilidade podem reduzir os níveis de estresse e ansiedade, além de regular a qualidade do sono, o que como consequência é capaz de fortalecer o sistema imunológico.
Sentir a dor solidão é necessário e importante para todos uma vez que acaba sendo uma jornada de transformação.
A exemplo de tudo, a solidão não é um estado permanente.
Não há alegrias tampouco lutas que durem para sempre. Nada é, tudo está.
E pra finalizar, concluo que só merecem a solitude aqueles que enfrentaram e superaram a solidão.