Estamos em 2023 e é possível dizer (eu acho), que superamos mais uma pandemia.
Contudo, ainda em âmbito pandêmico, o mundo viu nascer uma nova guerra diante de “motivos fúteis”. Me refiro à guerra entre Rússia e Ucrânia.
Me indignei, muitos se indignaram, e claro: grande parte das pessoas tomaram um lado para defender e passar pano, além de soltarem opiniões estapafúrdias.
Pouco tempo se passou e aqui estamos nós, novamente diante de uma “nova guerra” entre Hamas e Israel.
As aspas fazem sentido, pois se trata de um conflito que está longe de ser novo, assim como está distante de ter uma resolução pacífica.
O foco hoje, se dá nessas duas guerras que acabei de citar. Mas há ainda outros conflitos em em curso pelo planeta, mas sem a mesma cobertura e comoção:
Conflito Azerbaijão x Armênia em Nagorno-Karabakh;
Guerra da Síria;
Guerra civil no Iêmen.
O que mais me incomoda nisso tudo, além das guerras em si, é a hipocrisia, as coberturas midiáticas tendenciosas e a ação ao estilo de torcida de futebol que invade quem pouco conhece as causas e rotina dos que vivem em áreas bombardeadas.
Comoções tendenciosas, disseminação de notícias falsas, acusações infundadas, opiniões travestidas de preconceitos. Pra que? Por quê? A vida de uma criança vale mais do que de outra por conta de sua nacionalidade ou religião?
Uma guerra nunca é bonita.
Ultimamente tenho estudado sobre o mais novo (e velho) conflito que foi reacendido. Tenho feito isso de modo silencioso e solitário, afinal tenho lido notícias, seguido perfis que não são tendenciosos, além de fotógrafos de guerra.
Trata-se de um conteúdo pesado, que em alguns momentos se torna mórbido.
Foi no perfil de um desses fotógrafos, que, inclusive é brasileiro - André Liohn que encontrei uma das explicações mais lógicas para o momento mundial que vivemos hoje: transformações do sistema monetário.
Presenciamos hoje, uma revolução monetária ocorrendo em diversos locais do globo que são verdadeiras ameaças à supremacia do dólar.
Dentre as principais guerras da humanidade citadas por Liohn, todas tinham características comerciais (o que não é novidade, convenhamos). São elas:
Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.);
Guerras Púnicas (264-146 a.C.);
Guerra dos Cem Anos (1337-1453);
Guerras Napoleônicas (1803-1815);
Guerras Mundiais do século XX.
E a partir da guerra entre Ucrânia e Rússia, teve início um conflito que é possível batizar de “guerra das moedas digitais”.
Há alguns anos atrás já havia um alarme sobre quão complicada poderia ser a década de 2020 a 2030.
Quem soou o alarme foi o matemático russo Peter Turchim, que previu por meio de modelos matemáticos que teríamos garantidos mais cinco ou dez anos infernais.
Estudando cenários passados, Turchim foi capaz de prever que a década de 2010 seria uma “era da discórdia” com perturbação social e rachas em sociedades por todo o globo.
Assim, depois de uma pandemia, com um cenário econômico abalado e as forças democráticas e diplomáticas enfraquecidas, assistimos a mais um conflito com potencial para escalar rumo a níveis mais altos.
Citei o estudo de Turchim no meu livro, inclusive.
Como disse, tenho lido, ouvido e assistido o que considero de qualidade sobre a guerra Hamas X Israel.
Para mim, o Hamas é sim, um grupo terrorista, mas Netanyahu não fica atrás. Da mesma forma que afirmei que Putin nunca foi flor que se cheire ao mesmo tempo que disse que Zelensky estava longe de ser um santo.
A geopolítica de onde estão acontecendo os conflitos citados é literalmente um barril de pólvora.
É possível ainda unir a isso o fato de a ONU parecer cada vez mais com o Tratado de Versalhes pós primeira guerra.
Assim, é complicado não permitir que o pessimismo venha à tona.
Tão ruim quanto começar uma guerra é topar entrar nela.
Embora seja clichê, é preciso dizer: em um conflito dessa natureza, infelizmente quem paga o preço, muitas vezes com a própria vida são os civis.
Estudar e ter empatia é fundamental para que em momentos como os quais estamos vivendo o sentimento de torcedor não venha à tona.
Recentemente me deparei com a seguinte frase (embora não me lembre onde): “Sem ciência e sem leis, o ser humano só sabe fazer guerra”.
Infelizmente, é verdade.