Viver é uma experiência única.
Por meio de uma análise curta e rasa, vivemos hoje os “melhores” anos da vida humana na terra.
Reparou nas aspas, na linha acima, não é mesmo?
Pois bem, os melhores, realmente são melhores, mas apenas entre aspas.
Desde as grandes guerras mundiais, nunca vivemos período de tamanha calmaria.
Sim, presenciamos hoje a guerra entre Rússia e Ucrânia, além de ditaduras com conflitos civis espalhados por alguns países.
Por outro lado, nunca vivemos tanto, nem com tanta “qualidade”.
O “boom” de longevidade é real, embora seja afetado por uma série de fatores essenciais, como acesso a programas de saúde, saneamento básico, alimentação e controle climático.
Mas não vamos sair do prumo.
A proposta do texto de hoje é simples, te mostrar que morrer é uma pena.
Para os otimistas, povo tipicamente irritante, a vida é bela e o mundo é perfeito.
Longe disso, contudo, é preciso ter em mente que sim, viver é bom.
É claro que existem dias bons e ruins.
Mas de uns dias pra cá, notei algo óbvio, para o qual eu nunca tinha dado atenção:
Não somos capazes de controlar tudo. E tá tudo bem. Não tem problema. É sério.
Na verdade, a maioria das coisas não estão sob nosso controle, o que faz da vida uma verdadeira montanha russa. Isso eu já sabia.
Para muitos, acordar cedo é um tormento, no entanto, há a possibilidade de ver o sol nascer. Eu particularmente gosto disso.
Sentir uma brisa de vento fresco num dia de calor, parar por um minuto para olhar as formas das nuvens no céu, por exemplo, são outros prazeres da vida que (ainda) são de graça.
Continuemos, então.
Dar um abraço e um beijo no avô, avó, pai, mãe, cônjuge e filhos.
Fazer cafuné no seu animal de estimação.
Ouvir uma música de sua banda favorita.
Encontrar com os amigos para jogar conversa fora.
Contemplar a natureza ou a arquitetura da cidade onde se vive.
Tudo isso é prazeroso, de graça, mas fica em segundo plano pela correria desnecessária imposta pela “vida moderna”.
Acorda, vai pra academia (quando há o autocuidado), fica preso no trânsito, enfia a cara no trabalho.
Nascemos, crescemos, nos reproduzimos, envelhecemos e… morremos. É exatamente como o ciclo animal, que aprendi ainda na escola, nas aulas de ciências.
Não precisa ser assim. Não deve ser assim!
Quanto mais trabalhamos, mais ganhamos dinheiro e consequentemente, mais escravos da grana a gente se torna.
É um ciclo vicioso, tal qual o hamster em sua roda dentro da gaiola.
Trabalhar é preciso, tá? Não estou dizendo pra ninguém parar de trabalhar.
Tampouco estou fazendo um discurso motivacional.
Viver é bacana, principalmente quando há equilíbrio.
A gente não deve guardar um perfume para determinada ocasião. Quer usá-lo depois do banho para dormir? Use.
Comprou uma bebida que gosta? Beba. Não fique esperando.
Porque de uma hora para outra tudo acaba. A vida acaba.
Infelizmente, apenas quando atingimos certa maturidade é que conseguimos enxergar que a simplicidade funciona.
E ela é mais do que o suficiente.
Deveria ser tudo assim. Sempre assim.
Mas a gente tende a complicar tudo e de maneira tola, insistimos nessa complicação obtusa.
Assim, quando alguém próximo a nós se vai, e notamos que essa pessoa não parava para aproveitar os simples prazeres da vida, é impossível não pensar que a morte, é realmente uma pena.
E por mais clichê que seja dizer, sim, a vida é um sopro.
*Texto dedicado ao meu pai.
👏👏👏👏
Sei exatamente tudo que está sentindo. Foi e continua sendo isso pra mim. Mas acredite, você irá encontrar forças até onde não tem e seguirá fazendo o seu melhor! Fique bem! Vai dar tudo certo..🙏
Que texto lindo e tocante (ainda mais nessa fase tão complicada que estamos vivendo)