
Quem nunca ouviu dos pais (quiçá avós) que é preciso trabalhar para conquistar as coisas?
Isso soa, quase como uma prerrogativa.
Contudo, nos dias atuais, o futuro do trabalho é basicamente não trabalhar.
A geração abaixo da minha (tenho 35 anos), tem uma relação diferente do que eu tenho com o trabalho.
Eles entenderam, muito antes do que eu, que, ter ou ganhar dinheiro não é igual trabalhar.
E eles estão certos.
Eu optei por escrever esse artigo hoje pelo fato do ano de 2023 ter sido um tanto quanto caótico pra mim em termos trabalhistas e financeiros.
Com duas graduações, duas especializações, cursos de extensão e trabalhando como PJ há quase uma década, vi meus rendimentos caírem drasticamente.
Naturalmente pensei: preciso estudar mais, para conseguir melhores oportunidades e consequentemente ganhar mais dinheiro.
Mas não é assim.
Trabalhar mais não significa ganhar mais dinheiro.
A minha geração foi orientada pela geração acima dela que acreditava que trabalhar mais era igual a ganhar melhores salários.
Minha sogra já me disse algumas vezes, inclusive: Murilo, se for pedir por algo não peça por mais trabalho, mas sim, por grana.
Já me deparei com algumas matérias de finanças que fogem da realidade, do tipo: Menino comprou criptomoedas quando tinha quinze anos, elas super valorizaram, ele as vendeu e hoje com vinte e poucos anos, não trabalha e apenas administra o que ganhou.
Ele, diferente de mim e muito provavelmente de você que está lendo esse texto: não trabalha.
Você pode contra argumentar: Mas murilo, ele é uma exceção!
Sim. Ele é.
Assim como muitos outros.
A realidade hoje é o fato de que trabalhar é (ou está) diferente.
Converse com os jovens e ouvirá deles que não querem ser analistas, gerentes, médicos, nutricionistas, advogados.
Eles querem trabalhar com criação.
Muitos querem ser Youtubers, ou tiktokers.
E a exemplo das profissões citadas acima, é preciso ralar bastante para alcançar o sucesso nessas duas plataformas.
E isso não é mais o trabalho como a maioria conhece.
Lembro quando comecei a trabalhar em casa, escrevendo sobre saúde, amigos e familiares acreditavam que eu ficava o dia inteiro no computador sem fazer nada.
Depois de um período de experiência, aprendizado de macetes não era raro chegar ao fim do mês ganhando quantias que igualavam ou superavam salários de posições convencionais, mas com um porém: Eu trabalhava a hora que queria (e na maioria das vezes com cargas horárias muito inferiores).
A relação com o trabalho e com a grana proveniente desse tipo de ofício é diferente do clássico que há tempos nos é enfiado goela abaixo.
Hoje posso dizer que minhas formações me ajudaram e me ajudam a ganhar dinheiro, mas incorporei habilidades das novas gerações, onde produzo conteúdo e gravo vídeos (só não faço dancinhas, ainda).
É bem provável que a galera da nova geração NUNCA MAIS vá trabalhar de “maneira clássica”
Afinal, são pessoas que têm mais consciência de seus direitos, deveres e possibilidades. Em outras palavras: são pessoas que conhecem o valor do próprio trabalho.
Poderia descambar a escrever sobre exploração dos trabalhadores, condições desgastantes, home office x presencial, boom de atividades pós-pandemia, mas não.
A ideia aqui é mostrar que trabalhar como se prega não é sinônimo de ganhar mais dinheiro. Simples, direto e reto.
Em suma: não há nada de errado em querer passar em um concurso, ser gerente, analista, coordenador ou seguir uma profissão “clássica”.
Assim como não é errado alguém ganhar por gravar vídeos e fazer dancinhas.