Dinheiro, felicidade e dignidade
Vagas sem salário, abusos e o eterno debate: grana te faz feliz?
Quem nunca debateu, ou então, discutiu em cima da seguinte pergunta: dinheiro traz felicidade?
Essa é uma conversa eterna a qual muita gente não consegue chegar a um denominador comum.
Se é certo que precisamos de pouco para viver, é correto também que, ter dinheiro traz uma série de facilidades.
É um tema, que facilmente pode descambar para o eterno debate de capitalismo, socialismo e comunismo.
Mas não quero falar sobre isso.
Hoje quero mostrar o meu ponto de vista - de um nutricionista/escritor subempregado (para não dizer desempregado) e de muitas pessoas ao meu redor.
Você, talvez possa se surpreender com a leitura a seguir.
Há quem vá discordar por pura birra ideológica, contudo, acredito que a maioria dos leitores vão concordar comigo.
Antes de ir a fundo em meus pensamentos, quero deixar claro que eu gosto de dinheiro. E você também!
A grande questão hoje é a de que o politicamente correto, o pensamento com o próximo e até mesmo os “empregadores” conseguiram se apropriar do termo: “dinheiro não traz felicidade”.
Infelizmente (ou não), é a grana que ainda faz o mundo girar e que faz com que as pessoas alcancem seus objetivos de vida.
Se alguém chegar para você e disser: “Toma, pega aqui, R$ 500,00 para você gastar como quiser” Você não vai pegar essa grana?
Toda e qualquer meta de vida demanda ter uma determinada quantia de dinheiro.
Para uns o sonho é viver numa chácara com cachorros, para outros é conhecer o mundo.
Pois veja bem, para o que sonha de maneira mais humilde, será necessário grana pelo menos para a comida dos “doguíneos”. Assim como para o “mais ousado”, passagens ainda são compradas com dinheiro.
Qual é a melhor maneira hoje de conseguir dinheiro (de forma honesta)? Trabalhando!
Há quem trabalhe, sim, por satisfação pessoal. Para se sentir realizado e ter um propósito de vida.
Contudo, a esmagadora maioria das pessoas hoje trabalha por dinheiro.
Até mesmo aquele inteligentinho (me apropriei do termo do filósofo Pondé) que se diz evoluído e em busca de realização profissional e propósito de vida.
E na moral, não tem nada errado em trabalhar por dinheiro, tá?
Agora, vou dar um exemplo rápido da situação em que eu me encontro. Eu e mais uma porrada de gente.
Estou à procura de um trabalho fixo. Sou nutricionista, conteudista na área da saúde e escritor.
Desde fevereiro, sofri baixas com clientes e contratos a ponto dos trabalhos terem minguado.
Assim, procuro por vagas em plataformas e redes sociais como Glassdoor, Gupy (carinhosamente apelidada de golpe), e LinkedIn, além de mobilizar minha rede de network.
Não logrei êxito em minha jornada, ainda!
Contudo, situações têm se tornado comum nessa busca:
Grande quantidade de profissionais por vaga (a concorrência tá maior que vestibular de medicina), e a ausência dos valores pagos.
Cada pessoa sabe o quanto precisa para viver.
Logo, do meu ponto de vista, saber quanto poderia receber antes de me cadastrar naquela vaga, seria interessante, além de poupar tempo.
Afinal, se preciso de determinada quantia para pagar minhas contas básicas, fazer uma reserva de emergência e ir atrás dos meus objetivos, sejam eles pequenos ou grandes, não há explicação para participar de um processo seletivo que tenha uma remuneração ruim.
A verdade é que conseguiram transformar grana em tabu.
E tem muita gente dizendo que não quer rios de dinheiro para simplesmente ficar bem na foto, ser visto como uma pessoa desapegada em redes sociais e o caralho a quatro.
Aqui é preciso cuidado e abrir os olhos, pois quem não quer que você goste de dinheiro, são pessoas que têm muita grana.
Para quem insiste em dizer que o dinheiro não traz felicidade, uma pesquisa recente feita pelo Instituto Locomotiva mostrou que para 86% dos brasileiros ele é um item importante.
Há ainda quem diga que isoladamente o saldo bancário polpudo não é garantia de contento, embora permita o acesso a condições e situações que tragam alegria.
E para aqueles que dizem que dinheiro não traz felicidade, eu pergunto: E quanto a dignidade?
Não ter a luz ou a água cortada (quanta gente passou por isso na pandemia).
Poder pagar por um exame ou uma consulta de emergência ao invés de ficar por meses na fila de espera (embora o SUS funcione, na esmagadora maioria das vezes, é preciso esperar para usar o Sistema).
Ter grana para comprar um remédio.
Se há quem diga que dinheiro não traz felicidade, eu afirmo com certeza absoluta de que acima de felicidade, ele traz dignidade.
Muito bom!